Escala do Cocô: O que é a Escala de Bristol?

Escala do Cocô: O que é a Escala de Bristol?

Na nossa cultura, falar sobre fezes ou, simplesmente, cocô, pode ser um assunto, muitas vezes, constrangedor. Mas o cocô pode revelar muito sobre a nossa saúde, inclusive a saúde dos nossos filhos e filhas. E há até uma escala que revela muito sobre as características das fezes: é a Escala de Bristol. Para conhecer mais sobre esse tema, no post de hoje vamos entender sobre a escala do cocô, o que é a Escala Bristol e como o cocô pode revelar informações sobre a saúde da criança.

O trânsito intestinal: como funciona?

De acordo com artigo, os hábitos intestinais podem variar muito devido a vários fatores, incluindo:

  • hábitos alimentares;
  • quantidade de ingestão de fibras;
  • diferença no tempo de trânsito intestinal.

Já a Constipação Intestinal (CI) é a queixa digestória mais comum na população geral, sendo responsável por cerca de 2,5 milhões de visitas médicas só nos Estados Unidos.

No Brasil não existem dados publicados, visto que maioria dos estudos são realizados em subgrupos específicos, tais como lactentes, adolescentes e mulheres na pós-menopausa.

O que é Constipação Intestinal infantil?

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), na imensa maioria das vezes a constipação intestinal crônica é tida como um transtorno funcional, ou seja, não há uma doença orgânica detectável.

Por isso, em muitos casos, tem início no primeiro ano de vida, ainda antes da fase de treinamento evacuatório e retirada das fraldas. No caso dos bebês e das crianças, estima-se que afete entre 4 e 30% deste grupo, sendo que predomina em pré-escolares, tanto para meninos quanto para as meninas.

A constipação intestinal se manifesta de maneira diferente para cada criança. Muitas vezes, compreende evacuações em frequência menor do que três vezes por semana, percebendo-se o aumento da consistência das fezes que se tornam mais ressecadas e duras.

Além disso, há casos em que a criança evacua diariamente de forma incompleta, com fezes muito ressecadas, em cibalos (“bolinhas duras” como fezes de cabrito), com muito esforço e dor, que são igualmente classificados como constipação intestinal.

Algumas crianças permanecem muitos dias sem evacuar e eliminam fezes extremamente volumosas e calibrosas denominadas fecalomas que, por vezes, determinam entupimento do vaso sanitário.

O que é a escala de Bristol (escala do cocô)

A escala de Bristol para Consistência de Fezes (EBCF), popularmente chamada de Escada de Cocô, foi desenvolvida e validada na cidade de Bristol (Inglaterra) há, aproximadamente, 20 anos.

Essa escala do cocô é composta por figuras que representam sete tipos de fezes associadas a descrições precisas segundo sua forma e sua consistência (fonte: PebMed).

A aplicação da EBCF para determinar a consistência das fezes já é bem estabelecida e utilizada pelos médicos e outros profissionais de saúde. A EBCF modificada para crianças (mBSFS-C) é um instrumento mais recente. A mBSFS-C surgiu com a proposta de reduzir o número de tipos de fezes de sete para cinco e adaptar a linguagem utilizada nas descrições, permitindo que as crianças compreendam totalmente as representações de cada tipo de fezes.

Quais são os tipos do cocô pela Escala Bristol?

Fonte: https://haru.med.br/o-que-o-formato-das-fezes-indica/

Pela Escala de Bristol, os sete tipos de fezes (cocô) são:

  • Caroços duros e separados, como nozes (difícil de passar);
  • Forma de salsicha, mas granuloso;
  • Como uma salsicha, mas com fissuras em sua superfície;
  • Como uma salsicha ou serpente, suave e macio;
  • Bolhas suaves com bordas nítidas (que passa facilmente);
  • Peças fofas com bordas em pedaços;
  • Aquoso, sem partes sólidas, inteiramente líquido.

Os tipos 1 e 2 indicam constipação intestinal. Ou seja, trânsito intestinal lento, característico de intestino preso. Uma das causas mais prováveis é falta de ingestão de fibras e pouca hidratação.

Os tipos 3 e 4 são consideradas muito boas, uma vez que estas são mais fáceis de passar durante a defecação. Já os tipos 5, 6 e 7 estão associados com tendência de aumento de diarreia ou de urgência.

Especificamente, os tipos 6 e 7 caracterizam um quadro por diarreia, podendo ser relacionado com estresse, quadros funcionais como a síndrome do intestino irritável e doenças intestinais específicas, como infecciosas e até autoimunes como nas doenças inflamatórias intestinais. Nessa condição acontecem alterações na absorção de água e nutrientes, podendo estar relacionados a deficiência de vitaminas e minerais (fonte: Portal Esporte SC).

Qual a textura e coloração das fezes do bebê? 

O Portal Alô Mãe de Prefeitura de São Paulo explica que é importante observar textura, frequência, odor  e coloração do cocô do bebê, pois são indicadores para avaliação de algum problema com a saúde ou bem-estar da criança.

Logo após o nascimento, as fezes do recém-nascido é mais pastosa e tem a cor esverdeada. A partir do quarto dia de vida, aproximadamente, o cocô muda de cor e dá sinal de que o sistema digestivo está funcionando conforme com esperado. A partir de então, será o tipo de alimentação a indicar o aspecto do cocô do bebê:

Leite materno exclusivo

  • Tem um tom amarelado, verde ou castanho;
  • É pastoso e liso;
  • Tem um odor forte;
  • Faz cocô cerca de 5 vezes por dia.

Leite à base de fórmulas

  • Tem um tom amarelado a acastanhado;
  • A textura é semelhante à do pudim;
  • Tem um cheiro mais intenso;
  • Faz cocô 1 a 3 vezes por dia.

Fique atento se as fezes perderem a cor (esbranquiçadas) ou vierem com sangue., nesses casos, procure sempre atendimento médico.

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Dra. Bianca Furlan Fernandes – CRM 169052